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quarta-feira, 26 de abril de 2017

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Nunca existiu um dia na minha vida sem a vó Cida. Principalmente domingo. Quando eu era pequena eu ia todos os domingos na casa dela. Na verdade eu já chegava na sexta-feira e ficava até domingo. Ela me via e dizia: Trouxe a malinha vermeia? Porque sabia que eu ia passar o final de semana todo lá.
Foi ela que me despertou o amor pelos cachorros, quando adotou a Rebeca, uma fox paulistinha, que foi o meu primeiro amor canino. Ela que me fazia comer até quase passar mal e fritava o bifinho que eu gostava tanto.
Teimosa a dona Cida, dona de uma personalidade forte. Gostava de supervisionar todo mundo que cozinhava, ficava com os bracinhos pra trás dando um monte de "parpite". Cheia de histórias. Tinhas as melhores tiradas e comentários. Como quando disse que o pessoal da Igreja só gostava muito dela porque não a conhecia direito.
Era a única pessoa que me chamava de benzoco. E mandava os cachorros pra fora de casa gritando: La calle! Entre tantas outras coisas que só ela fazia e dizia. Vai fazer falta e eu só tenho a agradecer. Descanse em paz dona Cida