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domingo, 26 de maio de 2013

Para Neuzinha, com amor ♡

Depois de vários anos lutando contra um câncer, na última sexta-feira, minha querida Neuzinha, nos deixou.
Mais do que minha tia, ela sempre foi uma pessoa muito especial.

No Natal de 1999 - Quando a saúde ia muito bem, obrigada.

Com menos de 10 anos começou a trabalhar na roça. Tinha as mãos calejadas do trabalho pesado. Além disso cuidava da casa, fazia comida e estudava.

Uma vez eu e minha prima fizemos um escândalo por causa de uma barata e ela disse que quando era pequena tinha que olhar dentro da bota pra ver se não tinha cobra.....  :S  Ouvir isso nos ajudou a dar as devidas dimensões aos nossos "problemas".


Quantas vezes fui filar bóia, aparecendo na casa dela, como quem não quer nada, perto do horário do almoço. Ela nunca cobrou nada de ninguém. Nunca pediu por atenção. Era do tipo de pessoa que dava vontade de ficar perto.

Quando se aposentou, voltou a estudar e terminou o ensino médio. Nessa época ela já tinha mais de 50 anos.
Tomando uma cervejinha na praia do Tombo
Quando meus pais compraram apartamento no Guarujá, ela foi a pessoa que mais aproveitou. Parecia criança se divertindo na água por horas e horas.

Neuzinha e Fred
Depois de muuuuuuuitos anos, finalmente pude ter um cachorro. O Fred. O cachorro mais bonzinho que eu já vi na vida. A Neuzinha gostava muito dele e ele dela. Tia, cuida dele pra mim! ;)


Uma vez ela me disse com sinceridade que tinha muito orgulho da minha coragem de viajar sozinha.
Quando voltei da Europa em 2011, ou "dos states" como ela dizia, ela me disse: Essa negritinha está muito metida!  De um jeito todo carinhoso, como ela sempre fazia  :)

Neuzinha completando 62 anos - Uma semana depois da minha volta ao Brasil
Mesmo doente, ela continuou feliz e animada. Dizia que tinha muito a agradecer a Deus.
Ela foi uma dessas pessoas que infelizmente a gente não conhece toda hora.

Depois da Quimioterapia - O cabelo liso ficou todo enroladinho

Tenho muita sorte de ter conhecido e convivido com a tia Neuza. Gostaria que todas as pessoas tivessem a chance de conhecer alguém como ela.

No meu aniversário no ano passado. Já bem magrinha.

Um exemplo de fé na vida, de força de vontade, de simplicidade e humildade, bondade infinita e acima de tudo um exemplo de muita alegria genuína. Ela não ficava alegre por determinado motivo, ela ERA alegre, sempre! Mesmo doente, com os tratamentos agressivos, quando ficou sem cabelo, ela NUNCA deixou de sorrir. Tinha muita, mas muita vontade de viver e lutou bravamente até o final.

 

Continue sua jornada tia. Siga em paz. Muito obrigada por tudo que você fez por mim e por todas as lições. Vou me lembrar de você sempre assim, com sorriso no rosto e vou te levar sempre comigo. Fechando os olhos posso até ouvir a sua gargalhada. :))

Esse texto é uma homenagem, um desabafo e uma maneira que encontrei para tentar acalmar meu coração.

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Aproveitando a oportunidade, gostaria de pedir para que todos participassem da campanha: Voo Contra o Câncer. 

Para ter acesso ao mais avançado hospital oncológico da América Latina, o Hospital de Câncer de Barretos, pessoas viajam horas e até dias para chegar no destino. Só que o bizarro é que apenas a 8km de lá tem um aeroporto prontinho, com uma pista maior do que a do Santos Dumont, no Rio, mas que não opera voos comerciais.

Uma campanha foi criada pra que você possa ajudar a convencer alguma cia aérea a fazer voos pra lá, participe! Acesse: 
http://www.voocontraocancer.com.br/



quinta-feira, 23 de maio de 2013

.fading away.


gosto de te comparar com uma estrela
não aquela que brilha mais
mas a que brilha sempre
as vezes mais forte
outras mais fraco
mas segue sempre brilhando

com seu riso aberto
e sua simplicidade tão bonita
me mostrou o que é amor
o que é boa vontade e alegria
o que é perseverança
e bondade infinita

sinto muito
cada vez que te vejo
e percebo que seu brilho está se apagando
lentamente
por mais que ninguém queira
o brilho já está bem fraco

onde quer que você esteja
sempre vou lembrar de você como uma estrela
a mais bonita de todas
a verdadeira
fica comigo mais um pouco
é tudo que peço


Fernanda
23.05.2013


segunda-feira, 20 de maio de 2013

O outro lado da Virada Cultural

Esse ano fui - ou tentei ir - apenas no show da Gal no palco Julio Prestes as 21h do sábado. Tentamos ver o palco de frente, mas não rolou, estava muito cheio. Nos afastamos um pouco da multidão e nos contentamos em apenas ouvir o show da Gal.

Nosso carro estava perto do metrô Anhangabaú, então resolvemos ir a pé da Luz até o Anhangabaú. Uma caminhada de uns 20 minutos que foi assustadora. Nas primeiras viradas em que fui, não sentia medo de andar pelo centro, encontrava uma meia dúzia de adolescentes bêbados e tudo bem. Agora não, o pessoal é bandido bandidão mesmo. Daqueles mal encarados que vc bate o olho e sente uma energia pesada.

Sobrou até pro Suplicy........
Mesmo com todo o policiamento na rua, não há segurança. Porque se chega um maluco armado e pede meu celular, e mesmo que eu entregue o aparelho, eu tome um tiro, acontece tudo muito rápido. Fração de minuto, segundos, ninguém viu, ninguém sabe... praticamente não aconteceu. É só mais um corpo estendido no chão, mais um número na estatística.

Sou bem entusiasta de eventos culturais como a virada, porém acredito que ela deva ser repensada. Tem muita gente em SP que não está preparada para um evento desses. O pessoal que não gosta de nada e vai pra encher a cara, vomitar na rua, desmaiar, já é chato pra caramba. Agora os ladrões dispostos a qualquer coisa para roubar as pessoas botam muito medo.

Nessas horas vemos como falta educação, falta cultura, falta carinho e amor pra muita gente que enxerga um puta evento desse apenas como a chance de fazer um dinheiro fácil.

Acho que se a virada não ficasse tão concentrada no Centro seria bem melhor. Se os shows ficassem mais focados nos SESCS e Céus (pelo menos durante a madrugada - horário onde é registrado o maior número de incidentes na virada), o número de assaltos, arrastões e confusão seria bem menor e haveria segurança e tranquilidade para curtir um show sem ter que ficar checando de 5 em 5 min se está tudo dentro da bolsa (ainda!).


Tá na hora de repensar e reavaliar! #repensasp


sexta-feira, 17 de maio de 2013

Virada Cultural 2013

E ae galera!
Como vocês sabem a virada cultural de São Paulo começa amanhã as 18h em diversos lugares da cidade. Confira a programação completa no site da virada: Virada Cultural 2013, ou baixe o aplicativo da catraca livre, porque o site não é muito funcional.



O que eu gostaria de ver:

- Gal Costa: Palco Julio Prestes, 21 horas
- Criolo: Palco Julio Prestes, meio-dia
- Banda Uó - 5h no Palco Largo do Arouche
- Vanguart - 6h no Palco 25 de Março
- Otto - 18h Palco 25 de Março
- Bira Presidente e Fundo de Quintal - 18h na Praça da República

Nos vemos por lá!

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Pixo

Fazia tempo que eu não ficava tão incomodada assistindo alguma coisa.
Puta documentário irritante. O final então é uma falta de respeito completa, por trás de discursos vazios.

Os muros puxados são feios pra caralho, a cidade fica horrível, não quer dizer nada pra grande maioria das pessoas e é um risco pra um bando de moleque vagabundo que escala prédios sem a menor proteção pra deixar um rabisco no topo.

A vida vale tão pouco pra arriscar tanto a troco de "nada"?

Nessas horas podemos ver como a falta de educação, de oportunidade, de estrutura familiar, falta de dinheiro e de boas intenções dão gás para esse tipo de "manifestação".


Pixação não é arte.
É sujeira.


sábado, 11 de maio de 2013

Além-Mar

Parte sóbrio, calado e solene
no encalço da felicidade iminente
Não leva na bagagem o peso ou a idade
da saudade

Eleva sua fronte, sereno
e não teme a força da chuva
nem a vastidão do horizonte,
um mistério suspenso

Chora por saber do amanhã,
de modo tão intenso
Quisera antes ter a sorte de saber
que o Atlântico era tão imenso

Wagner Miranda - Adeus do Porto


Meu amigo e poeta talentosíssimo.
Para adquirir o livro: Adeus do Porto - Portal Editora


terça-feira, 7 de maio de 2013

Tudo Sobre Minha Mãe - Almodóvar


Esse é um dos meus filmes preferidos do Almodovar.


Fazia um tempo desde a última vez que eu tinha assistido esse filme. Tinha me esquecido de como ele é GENIAL. Simplesmente genial, engraçado, dramático e espanhol na medida certa.


Sinopse:


No dia de seu aniversário, Esteban (Eloy Azorín) ganha de presente da mãe, Manuela (Cecilia Roth), uma ida para ver a nova montagem da peça "Um bonde chamado desejo", estrelada por Huma Rojo (Marisa Paredes). Após a peça, ao tentar pegar um autográfo de Huma, Esteban é atropelado e termina por falecer. Manuela resolve então ir de encontro ao pai, que vive em Barcelona, para dar-lhe a notícia, quando encontra no caminho o travesti Agrado (Antonia San Juan), a freira Rosa (Penélope Cruz) e a própria Huma Rojo.


Curiosidades:


- O nome original do filme, Todo Sobre Mi Madre, é uma homenagem de Pedro Almódovar ao filme All About Eve (no Brasil, A Malvada), de 1950;

- Este é o 2º de 4 filmes em que o diretor Pedro Almodóvar e a atriz Penélope Cruz trabalharam juntos. Os demais foram Carne Trêmula (1997), Volver (2006) e Abraços Partidos (2009);

- Este é o 4º de seis filmes em que o diretor Pedro Almodóvar e a atriz Marisa Paredes trabalham juntos. Os anteriores foram Maus Hábitos (1984), De Salto Alto (1991), A Flor do Meu Segredo (1995), Fale com Ela (2002) e La Piel que Habito (2011);

- Além do Festival de Cannes, onde foi premiado, o filme ainda participou dos Festivais do Rio e de Nova York;

- Tudo Sobre Minha Mãe é a 18ª indicação de um filme espanhol na categoria de melhor filme estrangeiro do Oscar.


Comentário:
(...) Um aspecto impressionante é a capacidade pouco comum que Pedro Almodóvar possui de misturar humor dramático, apelativo e sofisticado, e o melhor exemplo se encontra quando Manuela diz a María: Como um homem com um par de seios pode ser tão machista? com o drama mais puro: O sucesso não tem sabor nem cheiro. Quando a gente acostuma, é como se não existisse., diz Huma a Manuela certa hora, dentro do carro (outra clara referência ao pequeno discurso de Davis como Margo Channing num contexto parecido). Dessa maneira o diretor cria paralelismos sem medo de dimensionar a história dentro de um amplo mundo de possiblidades reais. (...)


Fonte: