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sábado, 25 de abril de 2015

Março



Sábado. Está sol mas ao mesmo tempo está frio. O tempo está que nem eu. Nem bom, nem ruim. Tá X. Já estamos em Março e 2015 ainda não mostrou a que veio. Não sei ainda se gosto de 2015. Não sei.

Entre um episódio e outro de Breaking Bad e Orange is the New Black penso que gostaria de voltar pra Barcelona. Nas férias mesmo. Queria voltar lá e ver como as coisas ficaram. Como a cidade ficou. Se a velhinhas ainda se reúnem de tarde em alguma barra e tomam cerveza comendo pan amb tomaquet.

Como viajar se não consigo guardar dinheiro? Realmente eu preciso aprender a guardar dinheiro. Devia ter lavado o cabelo. Eu devia ter levantado mais cedo, corrido e aí lavado o cabelo. Mas não tenho mais vontade de correr. Nenhuma. Uma preguiça infinita me acomete nos últimos meses e eu não consigo me livrar dela.

Preciso ler mais também. A pilha de livros na minha cômoda nunca esteve tão grande. Nem as revistas tenho lido dentro do mês. Acabo de ler a TPM do mês passado. Eu gosto tanto do cheiro de revista nova. Não consigo explicar.

Gosto muito do Gregório também. Ele fez o impossível que é deixar uma segunda-feira interessante. Se eu o encontrasse algum dia, agradeceria por isso. Gosto muito do Caetano também. Sempre que ouço Trem das Cores começo a sorrir instantaneamente. Gosto de gente que me inspira. Que me faz parar pra pensar e querer ser alguma coisa. É cada vez mais raro encontrar pessoas assim.

Preciso sair mais, preciso passear com o Fidel, mas ao mesmo tempo é tão gostoso ficar em casa deitada o dia inteiro, entre seriados, conversas no whatsapp, reflexões sobre a vida. Gosto de combinar programas que sei que não irei, só pra ter a sensação de que estou fazendo alguma coisa. Ter a intenção de ir é quase ir.

Comprei dois pacotes de fofura. Fofura é felicidade vendida em pacote. Barato e delicioso. Com um quê de bagaceiro que me atrai. Tipo vodka barata ou aqueles salgadinhos de bacon que não custam nem um real. São mil vezes mais deliciosos que o Baconzitos. Chupa Elma Chips.

Tanta coisa pra fazer e eu não consigo evitar de ficar aqui. Parada. Pensando. E escrevendo no blog que andava largado. Desde que as coisas no trabalho apertaram eu nunca mais tinha me sentido leve. Nem disposta. Nem capaz de reparar nas coisas bonitas da vida. Nas delicadezas.

As vezes acho que o trabalho vale a pena e as vezes tenho a certeza de que é uma imensa perda de tempo. Que eu deveria largar tudo e pegar minha mochila e cair no mundo de novo que é quando eu sou mais feliz, quando estou viajando.

Me consolo com as minhas férias. Lembro do visto, preciso correr atrás do visto. Que coisa mais babaca que é o visto. Alguém responde sim pra alguma daquelas perguntas? E o consulado fica longe pra cacete. A maior distância que percorro normalmente é da minha casa até a Vila Madalena e não chega a 20 km.

Vou ficar aquelas velhinhas bem ranzinzas. Ando cada vez mais intolerante com as coisas e com as pessoas. Com as fraquezas das pessoas e com as minhas. E ainda não cheguei nos trinta. Ainda. Preciso fazer tanta coisa ainda. Mas hoje não. Hoje não vou fazer nada. Hoje vou ficar aqui. Amanhã? Bom, amanhã com certeza eu lavo o cabelo.

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