.

.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

São Luiz do Paraitinga

Acabo de voltar de São Luiz (minha segunda visita) e mesmo durante o carnaval, presenciei muitos momentos da gentileza, educação e simpatia do pessoal dessa cidade. Para citar apenas um, estávamos em 15 pessoas numa casa, só galera, fazendo uma puta zona, barulho e tudo mais, mesmo assim, na segunda-feira uma senhorinha de idade que mora duas casas ao lado da casa em que estávamos hospedados, veio lá perguntar se a gente não queria um pouco de feijão que ela tinha cozinhado muito e tinha sobrado. Eu moro há 27 anos no mesmo prédio e nunca vivi uma experiência parecida com os meus vizinhos, até porque em São Paulo não temos essa cultura, mas saber que existe um lugar onde as pessoas ainda são bondosas e gentis com os outros (mesmo desconhecidos) serviu de alento pro meu coração.

Li esse texto abaixo, numa página no facebook, o texto não está assinado, então segue link: Reserva Guainumbi




Hoje sai de “casa” com diversos desafios burocráticos para a criação da RPPN, ASM, ME e outras tantas siglas.Fui como quem vai para a guerra, já pensando na canseira, correria e problemas que iria encontrar durante esse período, justamente, quando estou evitando problemas que afetem minha saúde.

Só que São Luiz do Paraitinga é daquelas cidades que não existem mais. Por incrível que pareça, fui atendido maravilhosamente bem em todos os lugares, com rapidez, educação e, principalmente, respeito. Menos de 3 horas depois estava voltando para “casa”.

Voltei pensando nos objetivos dos governos, sobre o crescimento do países, pressões para um crescimento constante do PIB e essas coisas todas que falam sobre o desafios de fazerem os países “crescerem”, gerarem empregos, estimularem o consumo e fazerem a roda girar...

Crescer, crescer, crescer. Será que é só isso? Como se um mundo melhor para todos necessitasse, somente, desse tipo de crescimento. Vejo São Luiz do Paraitinga pequena e feliz. Não é moderna, mas é segura. Não tem grandes industrias, mas tem felicidade nas ruas. Não tem milionários, mas seu povo tem qualidade de vida, como nessa quarta feira em que vi todos trabalhando, com calma, sem pressa, vivendo um dia de cada vez, com tempo para os filhos, para os amigos, para, se quiser, não fazer nada e ver o por do sol na praça às 6 da tarde...

Gostaria que os governos falassem mais sobre controle de natalidade, que tivessem projetos para educar o povo e ensiná-los que ninguém é melhor do que ninguém por causa do dinheiro e que as coisas belas da vida são de graça, como a natureza, aliás, deveria ser objetivo principal, retomar o contato do ser humano com a natureza...

Bobagem minha, será? Afinal, o ritmo é o oposto. O negócio é gerar filhos demais, ganhar o máximo possível (não importa como), consumir o máximo que puder e dane-se os outros, dane-se o futuro, dane-se se o planeta vai aguentar esse crescimento e necessidade de consumo de bilhões de habitantes...

Sou contra o crescimento? Não há recursos naturais e riqueza suficiente no planeta para bilhões e bilhões de pessoas viverem nos padrões da felicidade capitalista atual, nessa toada, o modelo criado pelo homem para se relacionar com a natureza, caminha para o precipício...

Como dizia Zé Geraldo: “ Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça dando milho aos pombos....”

Nenhum comentário:

Postar um comentário