Hoje chegamos no ponto alto da minha viagem de férias!
Já estava com tudo comprado desde dezembro, porém do nada um dia resolvi pesquisar o deserto do Atacama e aí pirei nas fotos que são animais! Dei mais uma pesquisada em preços, passeios, passagens e enfim, acabei fechando em julho pra ir pra lá.
Comprei as passagens pela TAM que tinham o preço mais em conta. Além da TAM, a LAN e uma companhia chilena Skyairline operam este trecho. A única coisa ruim é que não tem voo direto pro Atacama, sendo assim tive que sair de Montevideo e ir para Santiago e de Santiago pegar o voo para Calama, aeroporto El Loa (sigla CJC).
Encontrei com uma amiga em Santiago e fomos para Calama. O voo leva em média duas horas e ao chegar no aeroporto já é possível ver que lugar louco que o deserto é.
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| Into the Wild |
Saindo do aeroporto tem um balcão da empresa Licancabur, eles fazem transfers para São Pedro do Atacama, que fica há uns 100 km de distância do aeroporto. Pagando ida e volta rolava um desconto então pagamos 20.000 pesos chilenos pelo transfer de ida até a cidade e volta até o aeroporto.
Ficamos hospedadas no Hostal Sonchek que fica bem localizado no centro da cidade - que se resume a algumas poucas ruas (umas 3, 4), onde ficam concentrados a maior parte dos hotéis, restaurantes, bares, lojas e casas de câmbio.
Gostamos muito do Hostal, era bem simples como já esperado, mas ecologicamente correto, toda energia era solar e em todos os cantos tinha dicas e alertas para que os recursos fossem usados com consciência.
Pegamos um quarto duplo e o banheiro era compartilhado, ou seja, fora do quarto. O nosso quarto parecia quarto de casa de vó, sabe? Bem simples mas limpo -o que era minha maior preocupação. Por 4 noites pagamos cerca de R$ 300,00 cada, em quarto privativo.
Deixamos as malas no quarto e fomos ver nas agências quais passeios a gente deveria fazer e etc. Como ficaríamos apenas 4 dias na cidade queríamos aproveitar ao máximo porque tem muita, mas muita coisa pra fazer por lá.
Acabamos fechando com a TurisTour, por eles aceitarem cartão de crédito e por ser uma das melhores. A moça que nos atendeu foi super simpática, nos indicou os passeios mais interessantes e já montou a ordem pra gente, já que eles deixam os lugares onde a altitude é maior para o final. Pagamos por 4 passeios cerca de R$ 330,00.
Demos uma volta pela cidade, depois jantamos no restaurante Delícias del Carmen que é encostado no Hostal - inclusive o wi-fi do Hostal funciona lá! rs - e fomos dormir.
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| Cafofo do Osama, quer dizer, "pátio" do Hostal Sonchek |
O primeiro passeio que fizemos foi para o Valle de La Luna, que passa também pelo Valle de La Muerte e termina com um pôr-do-sol maravilhoso. Achei o guia meio mala, mas o lugar é incrível. O passeio durou cerca de 4 horas, com direito a passagem por uma caverna onde os nativos viveram.
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| Caverna |
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| Por-do-Sol Divino Maravilhoso |
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| As outrora: Três Marias - agora apenas 2 e um pedaço de pedra :( |
Saímos do Hostal as 9 horas e viajamos cerca de uma hora até o Salar. Lá tem um monte de pedras de sal, um monte que eu digo são milhares de milhões mesmo! Lá também tem os flamingos que andam em bandos por ali.
Saindo de lá fomos para as Lagunas Altiplânicas, dica importante: levem tocas! Sério, levem, pode ser aquelas de chileno mesmo que a parte das orelhas é mais comprida, porque meu, venta muito, MUITO! Achei uma hora que ia ficar louca de tanto vento na orelha, ou pelo menos ficar com uma bela dor de ouvido, mas ainda bem que não aconteceu nada disso.
Esse é o lugar mais lindo de todos:
Depois deste passeio fizemos a parada para o almoço que já está inclusa no preço do passeio, no pueblo de Socaire. Comemos um restaurante bem simples, quase uma casa e tinha opção de frango, peru ou vegetariano. Pra beber um belo de um tang de morango! :S
De lá seguimos para o pueblo de Toconao onde há uma Igreja e um vilarejo em volta. Nos fundos de uma loja de artesanato vimos duas lhamas no quintal! xD
No terceiro dia fizemos três passeios. O primeiro foi bem cedo, a van passou no hostal pra pegar a gente as 4h30 da manhã! Ainda estava escuro e muito frio!! Fiquei sabendo depois que naquele horário devia estar uns -10 graus. A agência já tinha avisado pra gente vestir pelo menos 3 camadas de roupa e colocar luvas e toca porque fica muito frio mesmo.
No caminho comecei a me sentir mal e pior e ai não teve jeito, tive que pedir pro guia parar a van. Esse passeio é o de maior altitude, fica a 4.300 metros e é nele que as pessoas costumam passar mal. A altitude é estranha porque vc se sente mal, mas não se sente necessariamente mal sabe? Eu me sentia bem cansada, como se tivesse sempre alguém me empurrando pra trás. O sono também é estranho, quase um desmaio assim..... mas nesse dia eu senti nauseas, senti o estômago embrulhado e acabei chamando o hugo mesmo, ali no meio da estrada, umas 5h da manhã e tremendo de frio.... que faaaaaaaaase! rs
Depois melhorei e voltamos pra estrada. É preciso parar na entrada do parque para comprar as entradas que não estão inclusas no passeio e custam de 2.000 a 5.000 pesos chilenos. Quem tiver carteirinha de estudante leva porque elas dão desconto nas entradas.
Chegamos aos Geyseres del Tatio umas 6h30 quando tava começando a clarear. A temperatura da água pode chegar a 86 graus (ela ferve aos 90 graus), porém fora continuava muito frio, uns -4 por aí. O que rolar é muito diferente, não dá pra explicar. Vou postar foto que fica mais fácil! rs
De lá passamos por um "Pozon Rústico", uma piscina natural que reza a lenda que a temperatura da água fica por volta dos 30 graus. Eu como já tinha passado mal, não queria muita aventura. O pessoal que entrou ficou um tempinho e quando saiu estavam roxos! A temperatura ambiente era de 0 grau. Uns cariocas que conhecemos me disseram que eu não tinha perdido nada! Aproveitei pra ficar pegando a toalha pra galera que saia morrendo de frio...... achei furada.
Finalizamos o passeio da manhã no povoado de Machuca, ele não é pequeno, é minúsculo! O guia nos disse que há apenas 8 moradores no povoado. Comemos a empanada de queijo de cabra - muito boa por sinal - e depois comemos o espetinho de lhama. Que é uma delícia! Fiquei com dó no começo, mas tava todo mundo comendo com muito gosto. O guia nos explicou que a carne é saborosa e macia porque as lhamas são criadas soltas e se alimentam apenas de verduras, por isso a carne é de ótima qualidade.
Voltamos pra San Pedro e almoçamos num restaurante bem legal - que infelizmente agora não me lembro o nome - que servia o menu do dia por 6.000 pesos (24 reais), teve sopa de marisco de entrada, salmão com purê de batatas de prato principal, um copo de coca-cola e pra fechar, torta de limão de sobremesa. Tudo muito delicioso e um ótimo custo-benefício.
O passeio da tarde era das Lagunas Cejar e Tebinquinche com direito a Happy Hour no final apreciando um por-do-sol.
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| Lagunas Cejar |
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| Laguna Tebinquinche |
Voltamos correndo pra cidade e só deu tempo de engolir um lanche. Fechamos numa outra agência por 12.000 pesos um passeio astronômico. A van saiu as 20hrs, pegamos uma estradinha até uma parte bem isolada da cidade onde não tem nada perto, nenhuma casa, luz na rua, nada!
Um professor de astronomia vai indicando as constelações com um laser e explicando a respeito. Há também um telescópio onde pudemos ver Jupiter e Saturno. É simplesmente inacreditável!! Infelizmente com nossos humildes iPhones não foi possível fazer nenhuma foto que ficasse boa, mas o passeio é incrível, o céu é tão claro e há tantas estrelas que parece mentira.
O passeio terminou por volta da meia-noite a van nos deixou de volta no hostal. Fomos correr pra arrumar as malas e deixar tudo certo para nossa partida no dia seguinte. A única coisa chata que aconteceu em toda a nossa estadia na cidade foi o transfer de volta para o aeroporto. Havíamos combinado as 7 horas e nada. As 7:20 a moça do hostal começou a ligar no telefone fixo da empresa e no celular que nos deram de contato e ninguém atendia. Com medo de perdermos o voo para Santiago pedimos um taxi que nos custaria mais 60.000 pesos.
Quando estamos saindo pra pegar o taxi, o "maledeto" da Licancabur chegou todo atarantado pegando nossas malas e não nos deu nenhuma explicação pela 1 hora de atraso. Passamos ainda por 3 hotéis e todos os passageiros que entravam reclamavam do atraso e por ninguém atender o telefone para explicar o que aconteceu.
Depois deste momento de apreensão conseguimos chegar ao aeroporto 20 minutos antes do check-in fechar, imagina a correria!!
Fora isso foi tudo muito legal no Atacama. As pessoas todas muito simpáticas, fomos muito bem tratadas em todos os lugares. Comemos em restaurantes muito bons e há vários tipos de opção para todos os gostos e bolsos. Achei que fosse passar algum perrengue por lá pra comer, mas nada, comi muito bem todos os dias e com preços justos.
Gostei muito da experiência de conhecer lugares tão remotos e tão diferentes de tudo que eu já tinha visto na minha vida. Vou me lembrar de San Pedro do Atacama sempre, com muito carinho.
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| Sobrevivemos ao frio, ao calor, ao clima extremamente seco, a altitude, a carne de lhama, ao pisco... rs |
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