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terça-feira, 20 de maio de 2014

Virada Cultural

Esse ano eu nem tinha dado muita bola pra virada cultural, tava bem desanimada, depois da confusão que foi o show da Gal no ano passado, mas no domingo meu amigo me ligou dizendo que tinha conseguido ingressos pro show da Elza Soares no Theatro Municipal. Não tive como negar. Corri pro metrô e fui.

Fiquei encantada. A potência da voz de Elza ainda impressiona. No show ela cantou seu disco Bossa Negra na íntegra, com uma levada mais jazz. A banda é ótima e Elza é muito carismática e talentosa. Contou "causos" e duelou com o baixo e o sax.

Devido a uma cirurgia na coluna, não pode fazer o show em pé, se levantou apenas no final, com ajuda de duas pessoas para agradecer. O público, esse sim a aplaudiu de pé durante vários minutos. Baita show! ;)



Depois do show da Elza eu já estava no clima de shows e fui lá pro palco da Julio Prestes ver o show do Luiz Melodia. O show foi muito bom também, começou com uns 15 minutos de atraso e teve uma pausa um pouco antes do fim. Melodia disse que precisava fazer uma coisa que só ele poderia fazer (!?!) e desapareceu por alguns minutos, mas logo retornou.

No show ele cantou seus maiores sucessos. Em Negro Gato veio a frente do palco sem camisa. Dedicou Magrelinha aos viciados em crack de São Paulo e cantou Diz que fui por aí em homenagem a Jair Rodrigues. Terminou o show alguns minutos antes de cair o maior pé d´água. 

Chegando em casa ficando sabendo que meu primo e a namorada tinham sido assaltados no Centro voltando de um dos shows da virada. Já faz alguns anos que eu penso que a Virada Cultural tem que ser repensada. Não pode ser vista como uma oportunidade de assalto para os bandidinhos de plantão. Se a cidade não tem como garantir segurança para as pessoas durante o evento, não deveria fazê-lo. 

A madrugada é o horário mais perigoso, então que não role shows de madrugada. Que o evento seja feito apenas em Sescs e Céus, lugares fechados ou que haja mais polícia na rua. O foda é que tudo vira bagunça. Você vê um monte de gente que tá ali só pra causar e pra encher o saco. O pessoal vai pra beber até desmaiar e arrumar confusão na rua. Estão cagando pros shows. 

Enfim, alguma coisa precisa ser feita e precisa ser feita logo.

Já escrevi algumas coisas sobre a violência e o medo de morar em SP, mas quando alguma coisa do tipo acontece com alguém próximo, a coisa preocupa mais ainda. É triste saber que alguém que você conhece desde que nasceu ainda tá no hospital se recuperando e que virou estatística da violência urbana.

A virada completou 10 anos nessa edição e ainda tem muito o que melhorar.


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